terça-feira, 19 de julho de 2016

Vai chover

       vai secar.

             serão águas passadas.


                      diga adeus.
                              a Deus.


[1berto]

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Das novidades que ainda não disse

- Oi.
Lembro quando contava as horas para te encontrar e te deixar a par de toda a novidade do dia. E como você falava cada detalhe da sua rotina.

Lembro como nossa amizade era recíproca, verdadeira e linda! Incrivelmente Linda!

Era em você que eu pensava pra me aconselhar ou comprar briga comigo. Era você, quem precisava saber de  tudo antes de todo mundo. Era você, que sabia estórias ocultas do mundo.

Esses dias conheci um local; te vi lá, comigo. Quis te ter lá. Até fotografei pra te mostrar. Mas aquilo que era exclusivo nosso, não nos pertence mais. Estamos seguindo? Sim. Mas você parece preferir seguir de longe... sem partilhar o dia, sem querer saber do meu. A madrugada não é mais feita das nossas histórias e gargalhadas. Existem tantos segredos guardados. Tanta coisa ainda pra ser dita. O silêncio...ele que nunca nos acompanhava, hoje é o que nos marca.



[ Temos tanto pra falar
coisas pra esquecer.
Lugares que eu quero te levar;

Pra isso não morrer em você... Vanguart]

segunda-feira, 4 de julho de 2016

Éramos Seis

Na verdade éramos mais do que seis. Éramos oito... dez... éramos a casa sempre cheia.

Éramos uma mesa que faltava espaço vazio.

Éramos barulhos, risadas, choro de menino, grito de pai, reclamação de mãe.

Éramos tanto!

Éramos todo o mundo.

Éramos a dor e alegria de todos.

Éramos a preocupação da doença, de um coração partido ou o medo de um futuro.

Éramos uma sala às 20h em frente a um programa de tevê: assistindo e rindo.

Éramos três dividindo o mesmo quarto.

Éramos um domingo de manhã com primos e amigos, cartas, tabuleiros e sons.
Éramos seis...

O mais novo partiu. Depois o mais velho. O do meio. Um a um voaram. O ninho esvaziou.
Hoje são eles e eu.

Os portões fechados. Os quartos trancados. A maior parte da casa vazia...

A conversa diminuiu o tom. Falamos baixo, rimos, ainda dividimos um espaço na sala e nossas vidas.

Hoje somos treze, na verdade somos mais. Não ao mesmo tempo. Não sob o mesmo teto.


Hoje existe mais espaço físico vazio mas nos corações o preenchimento.